18.7.06

Amigos de Strauss (XXXIX) - Pauline de Ahna

De Ahna era o nome de solteira de Pauline Strauss. A primeira entrada aqui no Blog foi como Srª Strauss. Agora surge como a primeira de todas as "divas" straussianas; Para além de ser uma wagneriana muito competente e usada em produções de Wagner por Strauss (na imagem aparece como Elsa do Lohengrin), Pauline foi a primeira heroina da primeira ópera do próprio Strauss; a Freihild da ópera Guntram. O sucesso relativo da estreia em Weimar, onde Richard Strauss (ao contrário das suas estreias posteriores) conduziu, ensaiou, encenou, contratou, pintou e criou os figurinos deveu-se ao brilho da voz de Pauline. A sua carreira de palco apesar do seu talento acabou com o casamento, não porque Richard assim quisesse, mas pela vontade própria de Pauline (e diga-se, do espírito burguês da época) de se dedicar à família. Contou Lotte Lehmann a seguinte história: que Strauss e Pauline encetaram uma violenta discussão sobre questões de interpretação num ensaio e que a discussão acabou com Pauline a despejar sobre a cabeça do maestro-compositor a partitura e retirar-se furiosa para os camarins perseguida pelo mesmo. Membros da orquestra ultrajados pelo comportamento pouco deferente da diva com o maestro, seguiram-nos e ficaram de fora a ouvir rumores da verdadeira guerra que se passava lá dentro. Organizou-se uma delegação para comunicar a Strauss a solidariedade da orquestra perante o comportamento chocante da Fräulein Pauline de Ahna e que de futuro, por respeito ao honrado maestro, se recusariam a tocar numa ópera onde a mesma participasse, ao que o sorridente Strauss retorquiu - "Tal magoar-me-ia muito, porque acabei mesmo agora de ficar noivo da Fräulein de Ahna." Enfim... mais um apontamento cor-de-rosa, porque a vida de um compositor não é só trabalho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tava a ver q não fazias um retrato da Rainha D.Leonor... assim tá bem!

Anónimo disse...

Vou mandá-lo para a exposição que o Costa vai fazer em Leiria. Pode-se meter esse título, convida-se o Monsieur Costa (que não é da família do Costa, penso...) e faço uns trocos. Bela ideia pá!
Ganjo