21.12.07

Fayum - os Retratos Fúnebres











Estes estavam em Berlim. Nenhuma colecção egípcia deveria passar sem estes rostos queimados de olhar fixo, os primeiros grandes retratos da história da pintura.

19.12.07

O Tríptico e o Outro



Os dois quadros grandes acabados desde que estou na ZDB. Um deles foi o que esteve em Novembro último na FAC.

Kassel (12) Sheela Gowda




Estou irritado. Tinha escrito um texto bestial para esta entrada e foi-se tudo.
Sobre estre trabalho feito de cinzas de incenso? gostei muito. Sheela Gowda nasceu em 1957 na Índia. Fica assim. Curto e feio! Vou dormir.

18.12.07

Kassel (11) Luis Jacob




Varios dos autores apresentados nesta Documenta representaram-se com dois ou três trabalhos. O peruano-canadiano e gay Luis Jacob (1970) é uma das mais típicas opções deste projecto e pode constituir um lugar de reflexão sobre a desilusão geral provocada em muitos pela Documenta XII. O trabalho de Jacob por si próprio tem algum interesse, particularmente o Album III datado de 2004. Consiste em recortes de revistas fortemente diversos associados forlalmente entre si e montados em 159 páginas. A sucessão destas cria efectivamente um discurso muito semelhante a exercícios que realizámos no primeiro ano da ESBAL numa cadeira que se chamava "comunicação visual". Não quero ser mauzinho aqui; As associações de Jacob são naturalmente mais atentas mas o texto do catálogo de Allan Antliff (especialista em anarquismo e arte) excede-se em interpretações como esta: "Album III evokes the open structures of an anarchist (Jacob é activista) social system which by its very nature will evolve organically in accord with the desires and needs of its participants" - é de ir ao vómito. Poderia-se fazer esta leitura ou um elogio à pedagogia do Design de Andrea Branzi ou outra história qualquer. São fotografias justapostas pelas suas características formais em sucessão. Apenas isso. O segundo trabalho, feito para esta Documenta revela outra faceta de Jacob interessante para os curadores. A transdisciplinaridade multimédia de quem veio da dança. A Dance for Those of Us Whose Hearts have turned to Ice, Based on the Choreography of Françoise Sullivan and the Sculpture of Barbara Hepworth. Titulo muito comprido mas um trabalho escolar fraquinho, confuso e totalmente desinteressante. O impagável Antliff encerra o texto da seguinte forma; "Hepworth encapsulated anarchism's social organicism (será que é a mesma Barbara Hepworth?) on a metaphorical level, as form; Sullivan enacted it, as performance. Jacob conceptualizes these high modernist (percebe-se também aqui o tema da Documenta) expressions of liberation by highlighting qualities of prefiguration and embodiment - the dual moments of affirmation. In this way, his project contributes to the anarchic realisation of freedom as a living experience." Nada mais vago, mas a obcessão de Antliff com as raizes anárquicas de Jacob é bem patente. O trabalho esse, em si está longe de ser um inspirador de liberdade. É excessivamente mau para conseguir algo que se assemelhe. Anything Goes!

17.12.07

Kassel (10) 田中 敦子, Tanaka Atsuko





Quando em 1996 no primeiro Caldas Late Night, no que foi a minha primeira performance, vesti-me de luzes de natal e recitei o excerto de Finnegans Wake que Joyce ele próprio lê numa gravação famosa, não sabia que qualquer coisa de parecida tinha acontecido (e com muito mais interesse) no Japão quarenta anos antes. Descobri não muito mais tarde quando as minhas investigações sobre Fluxus me levaram à descoberta do grupo japonês Gutai. Este grupo fundado por Jiro Yoshihara em 1954 tinha associações fortes ao concretismo francês. No entanto Gutai não se ateve ao abstraccionismo pictural e os seus membros desenvolveriam ainda na década de 50 acções que seriam pioneiras mundiais do Happening, da instalação e da Arte Conceptual. Estas experiências entendidas como extensões naturais do espaço pictórico exploravam literalmente aspectos do manifesto de Yoshihara: "We have decided to pursue the possibilities of pure and creative activity with great energy. We tried to combine human creative ability with the characteristics of the material in order to concretize the abstract space. When the abilities of the individual were united with the chosen material in the melting-pot of psychic automatism, we were overwhelmed by the shape of space still unknown to us, never before seen or experienced. Automatism naturally made the image which did not occur to us. Instead of relying on our own image, we have struggled to find an original method of creating that space." (retirado do Manifesto Gutai). Atsuko Tanaka, falecida em 2005 foi talvez a mais proeminente artista deste grupo. Não se percebe imediatamente a razão da inclusão do fato eléctrico de Atsuko na Documenta XII. Uma das passagens originais e líricas do manifesto Gutai tem a ver com o elogio da decadência dos materiais e implicitamente um ajuste de contas com a arrogância construtiva do modernismo arquitectural; "This is described as the beauty of decay, but is it not perhaps that beauty which material assumes when it is freed from artificial make-up and reveals its original characteristics? The fact that the ruins receive us warmly and kindly after all, and that they attract us with their cracks and flaking surfaces, could this not really be a sign of the material taking revenge, having recaptured its original life?" (idem) Talvez esteja aqui a razão desta inclusão e decerto uma perspectiva surpreendente de leitura do próprio fato de Atsuko.

16.12.07

Kassel (9) Jirí Kovanda



Nascido em Praga em 1953, Kovanda destacou-se numa segunda geração de artistas checos influenciados por Fluxus ao realizar uma série de 30 performances nos últimos anos da década de setenta baseadas em gestos quase imperceptíveis difusos na rotina quotidiana de uma cidade a viver dias pesados após a supressão da chamada "Primavera de Praga". As acções eram só sentidas como tal pelo próprio e pela câmara que registava os acontecimentos. A leitura não é directamente politizável e nesse aspecto separa-se de muitos outros trabalhos realizados entre a muito madura classe artística e intelectual checa desses anos, directamente orientados para a crítica mais ou menos difusa a Husak e ao controlo de Moscovo. Evidentemente o trabalho de Kovanda, por outro lado não deixa de ter uma leitura política embora esta não seja destinada à situação específica da Checoslováquia dos anos setenta mas a uma existência individual no meio de sociedades fortemente condicionadas e dispositivadas e nesse aspecto pode-se relacionar o trabalho de Kovanda com os trabalhos de Fluxus tardio ou Bas Jan Ader. Este set fotográfico diz respeito a uma acção das de cerca de uma dezena que estiveram em exposição em Kassel. A acção consiste em subir uma escada rolante olhando fixamente nos olhos de pessoas ali próximas. Outras acções de kovanda consistem em esperar sentado que o telefone toque, andar no sentido contrário ao de uma multidão tocando levemente nas pessoas ou ficar de braços abertos no meio da praça de S. Venceslau durante algum tempo. Tendo em 1979 cessado com a performance, Kovanda, prosseguiu este estilo de acções em objectos instalados como por exemplo, um pequeno monte de sal deixado, como por acaso, no parapeito a ponte Carlos.

15.12.07

Kassel (8) Sanja Ivekovic




Nascida em 1949 em Zagreb na antiga Jugoslávia (hoje na República Croata). O seu trabalho é "caracterizado pelo discurso crítico acerca das política das imagens e do corpo. A análise da identidade, construções nos media bem como a militância politica, a solidariedade e o activismo pertencem ás suas estratégias artísticas." Este trabalho intitulado de "triangulo" data de 1979 e é uma acção descrita pela autora da seguinte maneira: ’The action takes place on the day of the President’s (Tito) visit to the city. It develops as intercommunication between three persons: 1. A person on the roof of the high building which is across the street from my apartment 2. A policeman on the street in front of the house 3. Myself on the balcony. Due to the cement construction of the balcony, only the person on the roof can actually see me and follow my action. My presumption is that this person has a pair of field-glasses and a walkie-talkie. I also notice that the policeman in the street has a walkie-talkie. The action begins when I walk out on the balcony and sit on a chair. I drink whisky, read a book, and pretend to masturbate. After some time a policeman rings my doorbell and orders that ’persons and objects should be removed from the balcony’.’ Sanja Iveković Zagreb, Savska 1, 10 May 1979
As quatro fotografias das quais apresento duas ilustram o cenário que despoleta o acontecimento descrito. As tomas de imagens da autora parece mimar as perspectivas de câmaras de TV durante um acontecimento público do género deste. O mesmo dispositivo, do outro lado, o policial, determina o fim da acção.
Sanja Ivekovic foi a pioneira do video artístico na antiga Jugoslávia e a primeira a declarar-se feminista. Continua em actividade e a ocupar um lugar central no panorama artístico croata. O valor deste trabalho reside não tanto no sinal político expresso pela postura feminista mas sim na própria estratégia de subversão e provocação pela armadilha à estrutura preenchida da vigilância policial e à moralidade do policial masculino (embora eu desconfie de que se fossem mulheres polícias o resultado seria idêntico). As ordens de evacuação da varanda excedem pela actividade simulada da autora a normal missão policial que consistiria em salvaguardar a existência de um eventual atentado. A natureza intrinsecamente dictatorial da policia sustentada nos sistemas de vigilância revela-se assim.

14.12.07

Kassel (7) Anatoli Osmolovsky



Osmolovsky nasceu em Moscovo em 1969. O primeiro trabalho data de 1993. Osmolovsky senta-se no ombro da estátua colossal de Maiakovsky. A fotografia foi tirada durante o processo complexo da queda do regime comunista. Como o mais importante poeta da vanguarda futurista russa e apoiante radical da revolução, Maiakovsky acabou por se suicidar em 1930 em pleno regime Estalinista nunca negando a sua fidelidade a esse regime. Maiakovsky preenche assim um estranho espaço que nos leva a pensar também na carreira de um outro grande artista soviético; falo de Shostakovich. Ambos são comunistas entusiastas na juventude mas o freio jdanovista e realista "popular" do regime acabou por quebrar a genuína vertente revolucionária de ambos. Maiakovsky não sobreviveu. Shostakovich manobrou. Teve mesmo de o fazer para sobreviver nas terríveis décadas de 30 e 40. Estaline elevou o herói convenientemente morto da poesia futurista á dimensão sobre humana de símbolo; como o pai da poesia comunista russa. Para nós, deste lado e particularmente durante os anos do degelo da guerra fria, Maiakovsky foi lido sobretudo como revolucionário, agitador, inspirador do desejo de alternativa ao sistema também ele podre do estado totalitário liberal-burguês. Osmolovsky ao subir aos ombros de Maiakovsky manifesta-se, não sem ironia, como herdeiro de todas as contradições de um projecto por realizar. A monumentalidade opressiva da estátua de Maiakovsky imediatamente transforma-se em gesto monumentalmente libertário. Observando por outro lado a fotografia não nos pode deixar de assaltar a sensação de solidão de um montanhista, de um "conquistador do inútil," reflectida na frieza que se pressente (na própria praça) de um estado que permanentemente ameaça e realiza a sua regeneração como opressão. Tal facto, que se confirma com Putin parece ser patente num trabalho recente deste mesmo Osmolovsky (na segunda imagem). Think Tank ou as relações tenebrosas entre o belo e o letal. As belas e cómodas peças de bronze que ficariam bem em qualquer mesa daquelas só para decorar não são mais do que torres de tanques contemporâneos de fabrico americano, russo, israelita, brasileiro e etc, cada uma com o seu carácter nacional específico. Foi com a torre do temível T-72 russo (claro!) e com todo o interesse que tem despertado que Osmolovsky ganhou a 5 de Dezembro último o Prémio Kandinsky (o Turner prize versão russa).

13.12.07

Kassel (6) Os Albuns Saray de Berlim


"Será a Modernidade a nossa Antiguidade?" Esta foi a frase que os organizadores da Documenta XII escolheram como o fio de ariana do projecto. A esta pergunta, à guisa de chave adicionam duas citações fundadoras da problemática da modernidade estética; 1) "A Arte, considerada na sua mais alta vocação, é e continua a ser para nós uma coisa do passado." (Hegel) 2) "Por modernidade quero dizer o efémero, o fugitivo, o contingente, a metade da Arte cuja outra metade é o eterno e o imutável."(Baudelaire)
Esta gravura persa retirada de um álbum de gravuras avulsas de várias culturas trazidas para Berlim por um embaixador alemão no século XVIII em Istambul e datada em torno do século XV denota influencias gráficas da China. estes contactos fizeram-se nas estepes da Ásia central, por intermédio dos potentados que nasciam e morriam nas vicissitudes da rota da seda. Os autores chamam-nos a atenção sobre os elementos da paisagem oriental, as rochas, a água e as nuvens. Entendem estes elementos, no modo como contaminam e se transmitem de modo paisagístico para modo paisagístico como "destino" e metáfora de transformação e transmissão cultural, particularmente daquilo que se quer observar hoje como determinante da formação identitária de uma actualidade; a paridade dinâmica de culturas no fenómeno de transculturalidade.

12.12.07

Kassel (5) Lin Yilin



"Numa tarde pouco excepcional em Junho de 2005 uma parede de tijolos de cimento é movida peça a peça por Lin Yilin atravessando a Avenida Lin He em Guangzhou (Cantão)." - A relação de choque inesperada entre o "eu" espectador e o real urbano cinzento e caótico faz-nos pensar que a Avenida Lin He poderia ser uma outra qualquer no mundo. Mas independentemente de todos os cogitanços existenciais, lá que esta é uma ideia brutal lá isso é que é. Note-se que a parede vai pela passadeira e por isso tem prioridade.

11.12.07

Kassel (4) Gerhard Richter



Betty; 1977. A história desta pequena pintura é mais ou menos complexa segundo nos é apresentada. Richter tirou três fotografias à filha. No ano anterior Ulrike Meinhof foi encontrada na sua cela enforcada com uma toalha. A revista Stern publicou a fotografia que se vê em baixo num spread com a dobra das páginas a coincidir com o pescoço da activista e co-fundadora da Rote Armee Fraktion. Richter teria ligado as duas imagens. No texto refere-se ao detalhe frio da pintura de Richter como metáfora do aço da guilhotina, devolvendo-nos o rosto de Betty aquilo que Ulrike já não pode: o olhar. Na verdade Richter pinta assim normalmente, com grande fidelidade ao referente fotográfico. Não era necessária esta história para nos deixarmos impressionar pela pintura. A ambiguidade da pose não evidencia apenas a postura "indefesa" da vítima (e poderíamos também associar aqui o sacrifício de Isaac ou um S. João Baptista decapitado na bandeja), mas também esse estranho olhar de adulto sem dúvida motivado pela atenção à objectiva e ao pai. Uma imagem pintada muito forte e isto, independentemente da leitura política que se possa ou queira fazer a partir dela.
(Ulrike Meinhof e "cabeças decapitadas" por Gericault)




Kassel (3) Trisha Brown





Trisha Brown deu-me seca. Tudo muito informal com aquela cama de roupas onde os performers descansavam e interagiam depois de uns passitos sincronizados. E ficavam-se neste ram-ram durante todo o dia. Fame! ai uanna liva foréva... Eu sei que foi ela que inventou esta coisa de se dançar com banalidades mas cansa. Excessivamente bonzinho.

10.12.07

Kassel (2) Kerry James Marshall






Não preciso dizer aqui porque gosto. Já o tinha visto na Documenta X. Afro-americano de Chicago nascido em 1955. "Marshall makes use of various époques and styles and develops many different methods of portrayal in his painting, collages, videos and comics. Black figures enter the image and remain center stage. He combines classic, popular and conceptual motifs with political history, the history of art and his own experiences." Grande pintura. Note-se a justaposição que os organizadores lograram ao extender ao Schloss Wilhelmshöhe a Documenta que assim entra em diálogo com peças da colecção de arte antiga (que possui um excelente e alargado núcleo de Rembrandt).

9.12.07

Lutz Mommartz (Oporto, 7 de Dezembro 2007) (2) Markeneier




Outro filme de Mommartz apresentado por Alexandre estrela no Oporto. Markeneier ou Ovos. No site do qual forneço o link (ver post anterior) podem ver-se integralmente bastantes mais trabalhos do autor para além destes dois.

Lutz Mommartz (Oporto, 7 de Dezembro 2007) (1) 3 Gläser







Oporto não é só (em inglês) a simpática terrinha ao sul da Maia mas também o nome do local de trabalho de Alexandre Estrela & friends. A última projecção que tinham realizado no espaço em Santa Catarina tinha sido o "Burn" da dupla Reynold Reynolds & Patrick Jolley que vi em Berlim na Bienal e do qual dei notícia aqui em Junho de 2006. Desta vez apresentaram dois filmes de um cineasta experimentalista alemão, Lütz Mommartz. Ó santa e concisa unheimlichkeit! Até dá vontade de sair por aí a filmar disparates.

Kassel (1) Harun Farocki




Atrasado, bastante atrasado começo a publicar notas sobre trabalhos que por alguma razão achei dignos de nota na Documenta XII. De um jogo de futebol anormalmente emotivo, a final do campeonato do mundo de 2006 (a tal da cabeçada zidaneana) extraem-se registos paralelos (cerca de uma duzia) que nos mostram o jogo como uma espécie de rotina de peixes num aquário. Desprovido do entusiasmo do relato e da montagem dos operadores de câmara esta perspectiva sem qualquer corte focada em aspectos simultâneos do jogo, analises de computador, as notas retiradas pelos comentadores ou o tecnicismo frio das comunicações policiais, retira-lhe qualquer emotividade ou poder de excitação. A tristeza maquinal do laboratório hiper-tecnológico do futebol em metáfora de vida é reforçada pelo plano contínuo do céu de fim de tarde sob o estádio. O video-bardo é um checo. Farocki de nome e nascido em 1944.

6.12.07

Alexandre Estrela apresenta:



Filmes experimentais. Cito o texto que me foi enviado "This intriguing and unique short film shows aspeechless encounter of 3 men and their strange experiences on sound and reverb selfsuficience." Parece-me bem.

5.12.07

É mais ou menos isto a que se pode chamar de tamanho decente


É mais ou menos isto mas com mais confusão ainda, rolamento de camadas de tinta, esguicho etc. Assinale-se um Metrass no canto inferior direito.

"Rubens is making me very drunk"


Champaigne (Philippe de) Também. Para usufruir de 9.0 de alcoolémia ou mais dirija-se à secção do século XVII no Museu de Belas Artes em Lyon.

Bunker Julie





Tríptico grande. Ainda foi planeado em Berlim no início deste ano e terminou agora salvo alguma coisa que me dê na cabeça. Mede ao todo 210 x 440. É-me muito difícil inventar histórias para este, por isso fica aqui esta nota seca, muito seca, de tralha. O ganso vem do Parsifal e o clarão vermelho do Ouro do Reno. O senhor da ponta não se chama Alberich nem a senhora Kundry; por isso tudo e em conclusão posso afirmar que este trabalho é semi-wagneriano. O urso a beber cerveja sou eu.