Nascida em 1949 em Zagreb na antiga Jugoslávia (hoje na República Croata). O seu trabalho é "caracterizado pelo discurso crítico acerca das política das imagens e do corpo. A análise da identidade, construções nos media bem como a militância politica, a solidariedade e o activismo pertencem ás suas estratégias artísticas." Este trabalho intitulado de "triangulo" data de 1979 e é uma acção descrita pela autora da seguinte maneira: ’The action takes place on the day of the President’s (Tito) visit to the city. It develops as intercommunication between three persons: 1. A person on the roof of the high building which is across the street from my apartment 2. A policeman on the street in front of the house 3. Myself on the balcony. Due to the cement construction of the balcony, only the person on the roof can actually see me and follow my action. My presumption is that this person has a pair of field-glasses and a walkie-talkie. I also notice that the policeman in the street has a walkie-talkie. The action begins when I walk out on the balcony and sit on a chair. I drink whisky, read a book, and pretend to masturbate. After some time a policeman rings my doorbell and orders that ’persons and objects should be removed from the balcony’.’ Sanja Iveković Zagreb, Savska 1, 10 May 1979
As quatro fotografias das quais apresento duas ilustram o cenário que despoleta o acontecimento descrito. As tomas de imagens da autora parece mimar as perspectivas de câmaras de TV durante um acontecimento público do género deste. O mesmo dispositivo, do outro lado, o policial, determina o fim da acção.
Sanja Ivekovic foi a pioneira do video artístico na antiga Jugoslávia e a primeira a declarar-se feminista. Continua em actividade e a ocupar um lugar central no panorama artístico croata. O valor deste trabalho reside não tanto no sinal político expresso pela postura feminista mas sim na própria estratégia de subversão e provocação pela armadilha à estrutura preenchida da vigilância policial e à moralidade do policial masculino (embora eu desconfie de que se fossem mulheres polícias o resultado seria idêntico). As ordens de evacuação da varanda excedem pela actividade simulada da autora a normal missão policial que consistiria em salvaguardar a existência de um eventual atentado. A natureza intrinsecamente dictatorial da policia sustentada nos sistemas de vigilância revela-se assim.
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