Fritz Busch foi um dos grandes maestros de ópera do século XX. Filho de um lutier de Siegen (Vestefália) é o mais velho de cinco irmãos dedicados às artes. Adolf Busch (1891-1952) compositor e conhecido violinista e é considerado o percursor do movimento de interpretação autêntica de Bach. O Ensemble Busch tem pela EMI gravações referenciais das suites e dos concertos brandenburgueses. Willi Busch (1893-1951) era actor, Hermann Busch (1897-1975) violoncelista, tocava com Adolf; Heinrich Busch (que morreu cedo) foi pianista e compositor. Fritz sucedeu a Max Schilling como director da ópera de Estugarda e foi aí (de 1918 a 1922) que se revelou como grande dirigente de orquestra e apoiante das novas tendências musicais, nomeadamente estreando óperas do jovem Hindemith (Mörder, Nutsch Nutschi e Hoffnung der Frauen). A partir de 1922 até 1933 esteve à frente da ópera de Dresden e foi aí que o seu destino se cruzou com Strauss. Neste periodo estreou "Intermezzo" (1924) e "Die Ägyptische Helena" (1928). Para além das óperas de Strauss estreou também em Dresden a ópera "Doktor Faust" (1925) de Busoni, "Der Protagonist" (1926) de Kurt Weill e no mesmo ano "Cardillac" (1926) de Hindemith. Foi sobretudo também nesses anos que se revelou como um dos incontornáveis interpretes de Mozart. Mas em 1933 com a ascenção de Hitler foi uma das vozes que abertamente acusou o novo regime. Embora fosse considerado "ariano", intrigas foram lançadas para a sua saída da direcção de Dresden. Nesse ano era a estreia de "Arabella", ópera a qual Strauss dedicara a Busch. Strauss protestou contra a saída de Busch e ameaçou mesmo não estrear a ópera. Acabou por ceder e "Arabella" estreou com Clemens Krauss na direcção. Foi o primeiro compromisso de Strauss com os nazis. Busch entretanto recusou o convite da família Wagner para suceder a Toscanini (outro aceso crítico do nazismo) em Bayreuth e fugiu com a família para a Argentina onde assumiu a direcção do Teatro Colón de Buenos Aires. Foi tão bem recebido que acabou por tornar-se cidadão argentino em 1936. Entretanto viajou durante todo este periodo de tempo. Desenvolveu a Orquestra da Radio Dinamarquesa e foi com Carl Ebert o fundador e criador dos altíssimos niveis de qualidade do festival de Glyndebourne que conduziu até à sua morte em 1951.
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