Se meti o Frederico Nietzsche só porque serviu de inspiração à música do dois mil e um odisseia no espaço, tinha de meter nesta galeria o autor do texto que foi adaptado para a primeira grande escandaleira operática de Strauss: Salomé. Com efeito, esta ópera foi adaptada pelo próprio Strauss do texto da peça do mesmo nome da autoria de Oscar Wilde que o compositor assistira em 1902 numa extraordinária produção de Max Reinhardt com Gertrud Eysoldt no papel principal. Strauss teve a noção que a ópera iria causar transtornos. Cosima Wagner ficou horrorizada quando Strauss tocou-lhe a versão para piano. Na ocasião da estreia em 9 de Dezembro de 1905 (Dresden) a ópera foi objecto de ovação de um público entusiasta (com 38 chamadas ao palco!) - e a veemente denuncia da imprensa conservadora. Em Londres a ópera foi defendida no Convent Garden por Beecham, mas foi objecto de censura. A Salomé de Wilde passou nos meandros burocráticos londrinos. A mesma peça em música teve menos sorte. Beecham foi obrigado a fazer "certas alterações" no texto para melhor seguir o decoro do Novo Testamento. Em Nova Iorque, Sir Edward Elgar foi convidado a presidir a orações pelo falhanço da ópera "sacrilega". Em Berlim o Kaiser aceitou o escândalo desde que no fim se assistisse ao brilhar optimista de uma estrela de Belém. Mas como o próprio Beecham reconheceu, "whenever there is the slightest hint of naughtiness in a piece, the whole town yearns to see it!"
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2 comentários:
Mas quem é que pensa que engana!? Isto caro senhor, para além dum ultrje, é uma polaroid!
pois é... A polaroid estava lá!
Ghirladaio de Chocolate
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