31.5.06

Amigos de Strauss (VIII) Gustav Mahler

Admirador e rival. Tal foi a relação que Gustav Mahler, quatro anos mais velho, foi mantendo com Strauss desde que concorreram em 1884 para o posto de chefe de orquestra em Meiningen (um pequeno ducado que possuia uma das melhores orquestras sinfónicas da época), com Strauss a levar a melhor até à morte de Mahler em 1911. Só se conheceram pessoalmente em 1887 em Leipzig quando Strauss dirigia em Weimar no meio do fervor wagneriano. Entreajudaram-se mutuamente nas suas obras rivalizando mais no meio da direcção de orquestras. Mahler, referindo-se a Strauss afirmou que "ambos escavavam por diferentes túneis na mesma montanha". Em 1907 Mahler foi um dos mais ardentes defensores da ópera Salomé, o grande "escândalo" musical de Strauss. A sua impotência e consequente raiva por não ter conseguido que a obra fosse incorporada nos projectos da ópera estadual de Viena esteve na origem da sua demissão de director desta instituição. Os dois compositores afastavam-se porém; por esta altura Mahler não conseguia compreender como poderia o génio musical demonstrado em Salomé conviver com a natureza equívoca e ataques de oportunismo em Strauss.

30.5.06

Amigos de Strauss (VII) Cosima Wagner (n. Liszt)


Strauss foi-se aproximando do universo wagneriano ao mesmo tempo que Von Bülow se ia afastando do mesmo. Von Bülow no entanto tudo fazia para aproximar Strauss da obra de Wagner. As relações do jovem compositor com Bayreuth começaram com uma produção de Parsifal. Cosima, a viuva de Wagner, ficou muito agradada com a notícia que Strauss substituira, num programa de concerto em Wiesbaden, o Deutsches Requiem de Brahms pela Héroïde Funèbre do seu pai, Liszt.
Uma das primeiras aventuras de Strauss em Weimar, após aceitar o posto de dirigente do teatro da corte, foi a de produzir o Tristão. Strauss quis criar novos standards de qualidade nesta ópera e na interpretação wagneriana. A 17 de Janeiro de 1892 graças aos talentos de Pauline (futura mulher do compositor) como Isolda, de Hans Zeller como Tristão e à meticulosa revisão de Strauss da partitura, a ópera obteve um sucesso estrondoso.
Cosima, que tinha ideias muito estritas sobre os tempos lentos da música do último periodo do marido, ficou muito surpreendida com a condução impulsiva de Strauss. A viuva passou deste modo e também a ser uma preciosa comentadora da sua obra composta. A relação entre os Strauss e Bayreuth tornou-se mais fria com a estreia de Guntram em 1895 e com a descoberta de uma linguagem própria do compositor.

Ciência Fixão, Fixão Científica



Ciência Ficção. Espaço 1999; afinal a lua sempre continua agarrada à terra e o capitão Koenig está afecto aos marines em Samarra. Esta é a doutora Helen, agradavel companhia e amiga do doutor Bergman (Igmar?). Mede 19 por 24 cm. Diminuto. Briefemarke kunst.

26.5.06

Canção do Bandido


De tamanho muito cómodo este trabalho fará as delícias de toda a família desde que se consiga ultrapassar o incómodo de um esgar ligeiramente antropofágico do cantor.

22.5.06

And the winner is: anonymous! - Resposta: Fátima Campos Ferreira. Isto do subconsciente...

Depois de uma aturadíssima pesquisa na net já descobri que é esta a senhora que me anda a assombrar os pincéis.
O Anonymous, comentador do post prévio a este, ganhou o retrato da mesma. Para o levantar é vir até aqui à Alemanha. Pago também uma cerveja.
A Linda Lovelace não é jornalista da RTP. Pronto. Está tudo esclarecido.

19.5.06

Há uma jornalista da RTP parecida com esta Srª.

Do mesmo tamanho que a pintura anterior mais uma face em dia de vento e chuva.

18.5.06

Dois (neste caso um) Dedinhos de conversa com o Criador

O jovem skin fala de alhos e Deus responde-lhe em bugalhos.
Este quadro também se arrastou para aqui em estado muito embrionário das Caldas da Rainha. O seu estilo é gráfico, e bastante devedor à banda desenhada. O seu tamanho é um pouco maior do que do quadro anterior. Mede 55cm por 45 cm.

16.5.06

The Medusa Man or the Tremendously Poisonous Rasta



Quadro pequeno de uns singelos 30 cm x 24 cm. Ao fundo o homónimo do grande compositor húngaro sonha sonhos próprios de Sr. Cão.

15.5.06

Atelier a 16 de Maio de 2006. Now and Here.



Mais duas vistas de atelier, com 3 trabalhos em estado intermédio. Nada de excessivamente sanguinário.

14.5.06

Sem Título / Untitled

Outro que também se arrastava desde 2005. Ainda tem muito desse ano embora tenha sido acabado há cerca de duas semanas. Também não tem título. 53 x 46 cm.

Another one that was also dragged from 2005. It still has much of this year even so it was finished two weeks ago. Also it doesn't have a title. 53 x 46 cm.

Fundos para Strauss (bis) República de Weimar - Frau ohne Schatten

Fundo alternativo para os anos a seguir à guerra de 14-18. Representa o imperador da Die Frau ohne Schatten (A Mulher sem sombra) estreada em 10 de Outubro 1919 em Viena. Hoffmansthal e Strauss quiseram repetir o êxito extraordinário de 1911 com o Rosenkavalier. Com a guerra pelo meio e as depressões constantes do vienense esta obra sobre o tema complexo da maternidade e da emancipação acabou por ter um parto difícil. Por alguns, esta é considerada a obra prima de Strauss em detrimento do popular Rosenkavalier. A ópera é massiva, carregada de um simbolismo complexo, de imagens opulentas e a música é sem dúvida da melhor que o compositor escreveu. O facto de Frau ohne Schatten ser uma obra de difícil interpretação (existem os que a consideram a Flauta mágica de Strauss) não a tornou numa ópera tão popular como a sua antecedente. Este é o último fundo realizado. Passarei agora ás figuras e à fase final das fotografias.

11.5.06

Fundos para Strauss (X) - 1945-1949 Indian Summer - Últimas Obras

Para os últimos anos da vida de Strauss escolhi como matriz o quadro de Klimt, Música. Insisto assim na natureza essencialmente romântica do compositor. Em Abril de 1945 os soldados americanos apareceram na sua casa em Garmisch. "Sou o compositor do Rosenkavalier! Deixem-me em paz." Acontece que um dos soldados era John de Lancie, oboísta principal da Orquestra de Filadélfia. No serão conversaram animadamente sobre a obra de Strauss. Daí nasceu o concerto para Oboé uma obra muito importante para o escasso repertório do instrumento. Depois de absolvido pelos tribunais de desnazificação que avaliaram as implicações da sua colaboração com os Nazis em 1933, instalou-se na Suiça. Aí compôs algumas brilhantes obras orquestrais de câmara. A sua obra prima final são contudo as quatro últimas canções sobre poemas de Eichendorff. Morreu pacificamente em 8 de Setembro de 1949 e na sua cerimónia fúnebre foi cantado o sublime trio final do Rosenkavalier. Meio ano depois seria Kirsten Flagstad, sob a direcção Furtwängler, como primeira interprete das quatro últimas canções a conferir a Strauss uma última apoteose no Royal Albert Hall, nove dias antes de Pauline Strauss, por seu turno, acompanhar o marido na morte.

Fundos para Strauss (IX) 1939-1945 - Capriccio

A guerra rebentou com a composição de Die Liebe der Danae a meio. Quando a ópera foi acabada em 1940 tornou-se evidente que este espectáculo de luxo barroco estava desfasado com a época em que se vivia. Os colaboradores de Strauss, após a saída de Zweig foram Josef Gregor, libretista mediano (foi o autor de Daphne) com quem o compositor manteve relações muito tensas e Clemens Krauss, chefe de orquestra e que seria o colaborador da sua última obra-prima operática Capriccio sobre as relações em pleno século XVIII entre, justamente, poetas e compositores ou seja, ente a palavra e a música. Graças às boas graças de Krauss com as autoridades, nomeadamente com Goebbels, uma performance foi realizada em 1942 em Munique, num festival dedicado à sua obra. Die Liebe der Danae era prevista ser estreada em 1944 no octagésimo aniversário do compositor. O estado da Alemanha nesse ano não o permitiu. Os Nazis tornavam a vida difícil ao casal Strauss em Garmisch particularmente pelas observações públicas pouco amistosas de Pauline sobre o regime. A perseguição à nora e aos netos meio judeus do compositor era também uma ameaça constante. Baldur von Schirach, gauleiter de Viena, convidou Richard Strauss para aí ficar desde que não houvesse mais escandalos. O seu objectivo era manter de algum modo os níveis culturais da capital austríaca. Em 1943 Viena era bombardeada por seu turno e os Strauss voltavam a Garmisch. Pela primeira vez os desastres da guerra tocavam o compositor pessoalmente. Em 2 de Outubro o Nationaltheater de Munique foi destruido num raid aéreo. Quando os Nazis requisitaram a sua villa de Garmisch para fazer de Hospital para convalescentes, recusou dizendo que por ele a guerra nunca teria começado e nenhuma vida se teria perdido. A fúria de Hitler foi grande e só a intervenção de Hans Frank, fez com que as medidas não fossem para além da ocupação forçada dos anexos e a proibição do contacto dos Strauss com as autoridades. Com o golpe final da destruição das óperas de Viena e Dresden o desgosto levou-o a escrever Metamorphosen, uma elegia para 23 instrumentos de corda. Na imagem que tranferi de uma famosa fotografia mostro Dresden arrasada em 1945 nos polémicos bombardeamentos. Nunca se saberão quantas pessoas morreram (para cima de 135.000?) visto, para além dos seus habitantes registados a cidade estar cheia de um número indeterminado de refugiados que desapareceram na tempestade de fogo que a consumiu.

10.5.06

Pronto - Ready - Fertig!



Pronto! Acabada salvo alguns acertos esporádicos. A grade tinha-a desde 1994. Só agora me serviu como suporte a uma pintura, a maior em área contínua que fiz até agora. Foi também a primeira começada e acabada aqui (de finais de Outubro a Maio - 1/2 ano portanto.) O único senão é que esta pintura (sem título) só pode sair daqui em rolo. Nada de grave.