Cena familiar. Strauss, Pauline e o neto Richard nos anos 30. O barrete de Pauline tem as cores da República de Weimar. Por detrás as cores são as do imperio ressurgente na sua terceira versão. Por onde andava Strauss nesta década? Já em 1916 Strauss tinha confessado a Hofmannsthal o seu interesse pela opereta e perante o desinteresse deste último foi alimentando sozinho a ideia que daria origem à ópera de câmara Intermezzo (1924). Aqui Strauss, de modo mais evidente ainda do que tinha feito na Sinfonia Doméstica (1904), representou o seu próprio casamento longe de perfeito, com Pauline, em música e em cena. Hermann Bahr (dramaturgo vienense pertencente ao mesmo círculo onde figurava Arthur Schnitzler), suposto libretista do projecto, ao tomar consciência do entusiasmo de Strauss pelo seu próprio material "doméstico" encorajou-o a escrever ele próprio o libreto. Ao assistir em 1928 a uma performance de Intermezzo, Hofmannsthal acabou por admitir que a trivialidade do assunto escolhido tinha sido envolvida pelo compositor de uma seriedade muito maior do que esperara. Die Aegyptische Helena seria a última colaboração dos dois. Hofmannsthal morria bruscamente em 1929 de um ataque de coração ao vestir-se para o funeral do filho que se suicidara dias antes. Por acabar ficou a última colaboração de um dos mais famosos pares de criadores da história de toda a ópera: Arabella. Esta última ópera, cujo primeiro acto ainda é de Hofmannsthal, subiu à cena em 1 de Julho de 1933 meses após a subida ao poder por Hitler.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O próprio do Strauss parece o nosso Soares. E a Pauline, coitadinha, deve ser a mãe do Kadaffi.
A cena torna-se politicamente incorrecta à luz da nova doutrina casapiana
Safa-se o neto...por enquanto!
A ser o Soares, apostaria mais na Maria (de Jesus), beatificada pela auréola que a coroa, não?
Já o puto tem um ar meio demoníaco ou, pelo menos, cabrãozinho.
Safa-se a música e já é um pau!
Enviar um comentário