Não foram amigos. Wagner nunca chegou a conhecer pessoalmente Strauss e por isso Richard Strauss nunca conheceu pessoalmente Richard Wagner. Tal já não se pode dizer do pai Franz Strauss. Este, um admirador fervoroso do classicismo musical, era o trompista principal da orquestra real do teatro de Munique. Sob a protecção de Luis II da Baviera, Wagner dirigiu esta orquestra ao mesmo tempo que a sua musica alimentava as criações semi-loucas do monarca. Politicamente, a presença de Wagner não era bem vinda na corte de uma cidade conservadora como Munique. Musicalmente este conservadorismo também se manifestava e dentro da orquestra as vozes de oposição ao novo e revolucionário estilo do compositor começaram a surgir. Franz Strauss era o líder destas vozes embora tocasse os solos no Tristão, no Siegfried ou nos Meistersinger com o mesmo zelo musical que os tocava na Eroica. Wagner acabou expulso, tal como sucederia mais tarde e pelos mesmos motivos (o wagnerianismo, essa doença) com Bülow. Durante o resto da vida Franz Strauss referir-se-ia a Wagner como a um bárbaro musical. Inflexivel, recusou levantar-se na homenagem da orquestra na ocasião da morte do compositor em 1883. Irónicamente a obra de Richard Wagner acabou por ser uma das grandes paixões do filho Richard. Tal veio à luz no seu periodo da regência do orquestra de Meiningen onde conheceu Alexander Ritter, violinista e grande conhecedor não só da obra wagneriana, mas tambem de Liszt, da filosofia de Schopenhauer e que se tornou, à revelia do pai, o mentor sombra do jovem compositor.
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