Paisagem alpina que fica a meio caminho mais ou menos entre as paisagens pós-impressionistas de Hodler e o quadro simbolista Il Sole de Giuseppe Pelizza da Volpedo. Refere-se a uma das categorias fundamentais da estética romântica que Strauss bebeu na juventude; o sublime. Irá funcionar como fundo para as duas páginas dedicadas aos anos de formação de Richard Strauss. Como sucede em qualquer biografia estes anos surgem sempre como cruciais para "explicar" determinadas características da personalidade focada. No caso de Richard Strauss foi determinante ter nascido numa família de músicos e com boas relações com o meio musical alemão da era Bismarckiana. Desde cedo foi treinado para a sua futura profissão. A sua infância passou-a no teatro e foi muito influenciado por uma performance a que assistiu com seis anos do Freischütz de Weber no teatro real de Munique. A Flauta Mágica também o marcou. Cedo conheceu personalidades como o maestro Von Bülow, críticos como Eduard Hanslick e Brahms. As suas primeiras composições foram publicadas e tocadas. Outro dado frequentemente tomado como muito importante é a natureza quintessencialmente bávara do seu carácter; o humor.
30.4.06
Fundos para Strauss (VIII) - Formação e Primeiras Obras 1870-1885
Paisagem alpina que fica a meio caminho mais ou menos entre as paisagens pós-impressionistas de Hodler e o quadro simbolista Il Sole de Giuseppe Pelizza da Volpedo. Refere-se a uma das categorias fundamentais da estética romântica que Strauss bebeu na juventude; o sublime. Irá funcionar como fundo para as duas páginas dedicadas aos anos de formação de Richard Strauss. Como sucede em qualquer biografia estes anos surgem sempre como cruciais para "explicar" determinadas características da personalidade focada. No caso de Richard Strauss foi determinante ter nascido numa família de músicos e com boas relações com o meio musical alemão da era Bismarckiana. Desde cedo foi treinado para a sua futura profissão. A sua infância passou-a no teatro e foi muito influenciado por uma performance a que assistiu com seis anos do Freischütz de Weber no teatro real de Munique. A Flauta Mágica também o marcou. Cedo conheceu personalidades como o maestro Von Bülow, críticos como Eduard Hanslick e Brahms. As suas primeiras composições foram publicadas e tocadas. Outro dado frequentemente tomado como muito importante é a natureza quintessencialmente bávara do seu carácter; o humor.
29.4.06
Fundos para Strauss (VII) - 1864 e 1949
Strauss em alemão é avestruz. Está explicado o mistério. Abro a história com uma na data de nascimento (1864-Munique) e fecho com outra no ano da morte do compositor (1949). A avestruz adormecida ou morta está colocada sobre um fundo que nos remete para a última das quatro últimas canções; Abendrot, ou vermelho do entardecer se quisermos traduzir à letra.
27.4.06
Händelhaus
Em 1685 nasceu Georg Friedrich Händel nesta casa em Halle. A terceira fotografia mostra o quarto onde nasceu, com vista para a Kleine Ulrichstrasse. Teve as primeiras aulas de música com Wilhelm Zachau num orgão que ainda se pode ver na Liebfrauenkirche (a tal igreja "fetiche" nas pinturas de Feyninger) na praça principal da cidade. Ainda em muito jovem foi notado por Telemann que se deslocou de propósito a Halle para o escutar. Em 1704 após a morte do pai aceita um posto de violinista em Hamburgo e parte definitivamente da Saxónia. Em 1712 habita permanentemente em Londres ao serviço da Rainha Ana e mais tarde do eleitor de Hanôver, o futuro Jorge II. Embora Halle seja apenas o lugar de infância e formação do compositor e este tenha adoptado a cidadania britânica, organiza um importante festival consagrado à sua música. A casa natal possui anexada um muito razoável museu de instrumentos músicais.
26.4.06
Francke Stiftung
Há trezentos e tais anos um teólogo protestante, August Hermann Francke (1663-1727) fundou um orfanato às portas de Halle. Os edifícios ainda existem hoje. O projecto, motivado pelo pietismo incluia um sistema escolar completo, uma quinta, oficinas de impressão (milhões de Bíblias impressas) e dedicadas a outras artes, projectos comerciais, para lá das habitações. Constituiu-se como uma pequena cidade dentro da cidade. Esta instituição ganhou a reputação de uma "nova Jerusalem" por toda a Europa e tornou-se o modelo de instituições semelhantes neste continente, na India e nas colónias americanas. Desde 1991 com a retoma das funções originais da fundação recupera-se este património, os edifícios, a valiosíssima biblioteca setecentista dedicada às ciencias e o wunderkabinett, um dos mais completos em todo o mundo. Foi este último que me despertou a curiosidade (não fose essa a sua tradução para português; gabinete de curiosidades). Infelizmente não pude tirar fotos com flash. Tinha duas ou três pinturas expostas. Uma delas representa uma personagem de peruca tipo marquês de pombal, mas com uma pouco usual expressão sorridente e desbragada. O sujeito arregaça a manga e mostra no antebraço uma tatuagem. É Cristo na cruz com a caveira por baixo, a Virgem e Maria Madalena. Não sei porque não vem esta imagem em nenhuma das recolhas da Taschen. Os armários, organizados por matérias, são coroados por pinturas, por vezes arcimboldescas sobre a ciência em questão. Na rubrica Zoologia é um jaguar humanizado que nos olha. Na botânica é uma arcimboldice vegetal, tal como mineral é na secção de mineralogia. Nas secções dedicadas às culturas humanas temos um negro que trabalha em artesanato concentrado nessa tarefa, um trajo turco, na secção trapos e trapinhos e uma composição de varios fragmentos de papel escrito com os mais variados caracteres na secção de linguística. Imperdível para aqueles que gostaram de pintura holandesa do Brasil e querem ver mais (coloquei neste grupo uma pintura de Alberto Eckhout como exemplo só para ilustrar o tipo de mimos pictóricos de que falo).
Um Com e Outro Sem
Dois autoretratos a acrílico, feitos em Halle a 24, com um daqueles espelhos diminutos que as senhoras usam para pôr coisas nos olhos, pintar os lábios & etc. Num estou meio vesgo por estar sem óculos; no outro, desconfiado. Como estamos dentro do prazo para entregar a BD do Strauss , aproveitei para pintar outras coisas que não fossem personagens do século passado (calma aí!... eu sou do século passado)
25.4.06
Funf und Zwanzig April!
Vivóó. Como se vive um feriado político e português por estes lados? Nada de especial. Fiquei até depois da meia noite a ouvir a Frau ohne Schatten. Acordei em Halle, visitei a Francke Stiftung (um orfanato protestante e revolucionário do século XVII que ainda funciona) vim para Hildesheim, ajudei a Thym a plantar três árvores, fiz para aí uns 8 desenhos e por puro acaso recebi pelo correio um Cd com música da Amália e um outro do Zecáfonso! Agora, a poucos minutos da meia noite portuguesa para vinte seis, oiço os concertos de órgão de Händel versão Koopman. Semos portugueses! Vivóó!
20.4.06
Amigos de Strauss (VI) Goebbels
Pois é. É esta a mais polémica "amizade" de Strauss. Em 1933 o regime Nazi ansioso por ganhar prestígio aos olhos do exterior elabora pelas diligências de Joseph Goebbels um golpe de propaganda no mundo musical.
Nomeia Strauss presidente da Reichsmusikkammer e Furtwängler como vice-presidente sem os consultar. A verdade é que Strauss nada fez para recusar esse posto. Tal como Furtwängler (e ao contrário de Herbert von Karajan) estava longe de ser apoiante do partido ou de simpatizar com Hitler mas ingénuamente acreditou poder promover o melhor da cultura musical alemã, para além de defender com isso a ópera Die Schweigsame Frau e o seu novo e precioso libretista que era judeu, Stefan Zweig. Para além de Zweig e muito mais próxima, a sua nora, Alice era Judia o que fazia dos seus dois netos Christian e Richard, meio-judeus. Os pogroms andavam no ar. Strauss já sofrera de abusos da censura na época de Guilherme II. Pensava que desta vez não seria diferente. Um encontro em 1934 com Goebbels ganhou para Schweigsame Frau o selo da protecção oficial. A ópera estreou em 1935 mas em 17 de Junho os nazis interceptaram uma carta de Strauss para Zweig onde aquele escrevia que nunca agira ou compora movido pelo sentimento de germanidade, que Mozart tunca tivera a consciência de que era "ariano" nos momentos em que compunha. Terminava dizendo que só existiam dois tipos de pessoas: as que têm talento e as que não têm e que para ele o povo só existia como tal quando se tornava audiência. A ópera foi banida, Strauss foi levado a demitir-se do posto de presidente da Reichmusikkammer e ameaçado. So então percebeu o poder e a natureza do novo poder político na Alemanha. Strauss foi ingénuo tal como Furtwängler e tantos outros que aceitaram ficar, só porque pensaram ser passageira a então presente situação política e por terem acreditado na possibilidade moral de um retiro solitário para o mundo da poética no meio dos mais gritantes atentados à dignidade humana. Richard Strauss, velho e amedrontado escreveu perante a ameaça, uma carta obsequiosa ao Fürher explicando como se tinha dedicado sempre ao serviço da mais sagrada arte alemã. Mesmo ilibado em todas as suas relações com o nazismo nos tribunais de desnazificação, Strauss não é tocado hoje em Israel.
Nomeia Strauss presidente da Reichsmusikkammer e Furtwängler como vice-presidente sem os consultar. A verdade é que Strauss nada fez para recusar esse posto. Tal como Furtwängler (e ao contrário de Herbert von Karajan) estava longe de ser apoiante do partido ou de simpatizar com Hitler mas ingénuamente acreditou poder promover o melhor da cultura musical alemã, para além de defender com isso a ópera Die Schweigsame Frau e o seu novo e precioso libretista que era judeu, Stefan Zweig. Para além de Zweig e muito mais próxima, a sua nora, Alice era Judia o que fazia dos seus dois netos Christian e Richard, meio-judeus. Os pogroms andavam no ar. Strauss já sofrera de abusos da censura na época de Guilherme II. Pensava que desta vez não seria diferente. Um encontro em 1934 com Goebbels ganhou para Schweigsame Frau o selo da protecção oficial. A ópera estreou em 1935 mas em 17 de Junho os nazis interceptaram uma carta de Strauss para Zweig onde aquele escrevia que nunca agira ou compora movido pelo sentimento de germanidade, que Mozart tunca tivera a consciência de que era "ariano" nos momentos em que compunha. Terminava dizendo que só existiam dois tipos de pessoas: as que têm talento e as que não têm e que para ele o povo só existia como tal quando se tornava audiência. A ópera foi banida, Strauss foi levado a demitir-se do posto de presidente da Reichmusikkammer e ameaçado. So então percebeu o poder e a natureza do novo poder político na Alemanha. Strauss foi ingénuo tal como Furtwängler e tantos outros que aceitaram ficar, só porque pensaram ser passageira a então presente situação política e por terem acreditado na possibilidade moral de um retiro solitário para o mundo da poética no meio dos mais gritantes atentados à dignidade humana. Richard Strauss, velho e amedrontado escreveu perante a ameaça, uma carta obsequiosa ao Fürher explicando como se tinha dedicado sempre ao serviço da mais sagrada arte alemã. Mesmo ilibado em todas as suas relações com o nazismo nos tribunais de desnazificação, Strauss não é tocado hoje em Israel.
19.4.06
Amigos de Strauss (V) Richard Wagner
Não foram amigos. Wagner nunca chegou a conhecer pessoalmente Strauss e por isso Richard Strauss nunca conheceu pessoalmente Richard Wagner. Tal já não se pode dizer do pai Franz Strauss. Este, um admirador fervoroso do classicismo musical, era o trompista principal da orquestra real do teatro de Munique. Sob a protecção de Luis II da Baviera, Wagner dirigiu esta orquestra ao mesmo tempo que a sua musica alimentava as criações semi-loucas do monarca. Politicamente, a presença de Wagner não era bem vinda na corte de uma cidade conservadora como Munique. Musicalmente este conservadorismo também se manifestava e dentro da orquestra as vozes de oposição ao novo e revolucionário estilo do compositor começaram a surgir. Franz Strauss era o líder destas vozes embora tocasse os solos no Tristão, no Siegfried ou nos Meistersinger com o mesmo zelo musical que os tocava na Eroica. Wagner acabou expulso, tal como sucederia mais tarde e pelos mesmos motivos (o wagnerianismo, essa doença) com Bülow. Durante o resto da vida Franz Strauss referir-se-ia a Wagner como a um bárbaro musical. Inflexivel, recusou levantar-se na homenagem da orquestra na ocasião da morte do compositor em 1883. Irónicamente a obra de Richard Wagner acabou por ser uma das grandes paixões do filho Richard. Tal veio à luz no seu periodo da regência do orquestra de Meiningen onde conheceu Alexander Ritter, violinista e grande conhecedor não só da obra wagneriana, mas tambem de Liszt, da filosofia de Schopenhauer e que se tornou, à revelia do pai, o mentor sombra do jovem compositor.
18.4.06
Direito de Antena e de Resposta ou "O Mário"
Aos comentadores que insistem em confundir o Richard Strauss com o Mário Soares dedico esta imagem para comparação (este é o Mário e foi feita em Dezembro. São um bocado diferentes). Que a Pauline Strauss se pareça com a mãe do Khadafi vá que não vá... mas o Richard com o Mário! É demais mas pronto; sempre é mais um boneco que mostro.
17.4.06
Fundos para strauss (VI) Intermezzo 1923-1933
Cena familiar. Strauss, Pauline e o neto Richard nos anos 30. O barrete de Pauline tem as cores da República de Weimar. Por detrás as cores são as do imperio ressurgente na sua terceira versão. Por onde andava Strauss nesta década? Já em 1916 Strauss tinha confessado a Hofmannsthal o seu interesse pela opereta e perante o desinteresse deste último foi alimentando sozinho a ideia que daria origem à ópera de câmara Intermezzo (1924). Aqui Strauss, de modo mais evidente ainda do que tinha feito na Sinfonia Doméstica (1904), representou o seu próprio casamento longe de perfeito, com Pauline, em música e em cena. Hermann Bahr (dramaturgo vienense pertencente ao mesmo círculo onde figurava Arthur Schnitzler), suposto libretista do projecto, ao tomar consciência do entusiasmo de Strauss pelo seu próprio material "doméstico" encorajou-o a escrever ele próprio o libreto. Ao assistir em 1928 a uma performance de Intermezzo, Hofmannsthal acabou por admitir que a trivialidade do assunto escolhido tinha sido envolvida pelo compositor de uma seriedade muito maior do que esperara. Die Aegyptische Helena seria a última colaboração dos dois. Hofmannsthal morria bruscamente em 1929 de um ataque de coração ao vestir-se para o funeral do filho que se suicidara dias antes. Por acabar ficou a última colaboração de um dos mais famosos pares de criadores da história de toda a ópera: Arabella. Esta última ópera, cujo primeiro acto ainda é de Hofmannsthal, subiu à cena em 1 de Julho de 1933 meses após a subida ao poder por Hitler.
16.4.06
Fundos para Strauss (V) Guntram 1885-1896
Em 1892 Strauss parte para a Grécia. Na bagagem leva o libreto e os dois primeiros actos em esquiço daquilo que será a sua primeira ópera; Guntram. "Desde o momento em que, navegando de Brindisi, avistei do deck do vapor italiano a ilha de Corfu e as montanhas azuis da Albânia, fui sempre um alemão da Grécia, até este dia."- escreveria Strauss muitos anos depois. Este amor pela Grécia sugeriu a temática para muitos trabalhos e seria um cimento da relação profissional que teria mais tarde com Hoffmansthal. Em Dezembro chegava ao Cairo. Neste cenário improvável completou a ópera, um drama medieval directamente inspirado em Tristão e Isolda. O final da ópera acabou por desgostar o seu círculo de amigos de Bayreuth por não abraçar a negação schopenhauriana da vontade (característica em Wagner) ou por também, no extremo oposto, não assumir completamente o todo-poderoso egotismo nietzcheano. Strauss afastava-se da ortodoxia wagneriana e romântica; procurava a sua própria visão da vida. Guntram, uma ópera estilisticamente wagneriana e de música muito bela acabou, por diferentes razões, por cair mal às vanguardas bem como aos círculos mais conservadores. Neste fundo que fiz para estes anos, tambem a segunda versão de um outro que não tenho a coragem de mostrar, optei por seguir um esquema de Klimt, contemporâneo do compositor alemão.
Oster im Trillke ou Comme les Allemands s'amusent.
Cossacks: Polónia 1 Baviera 0
Vitória do Je no primeiro confronto por estas bandas de cossacks. A jogar com a Polónia e depois de me ver privado de artilharia realizei um ataque de cavalaria pelas traseiras de Munique. Klaus (o meu oponente, o qual não é bávaro) ficou-se a ver os meus hussardos a tomarem-lhe a Rathaus. Isto é giro!
15.4.06
Oh... shit!
Shit happens. Pintura de 20 por 24 cm. Já tem dono(a). O balázio tem óbvia conotação com o shuttle da viagem à lua de Verne e a lua aqui não é feita de queijo. A paisagem ao fundo é baseada aqui nas florestas das redondezas. As florestas por estes lados são compostas de muita bétula, muito carvalho, muita tília. As folhas do outono passado já estão a ser devoradas pela primavera. algumas estão brancas depois de negras terem sido no inverno. A fotografia está ligeiramente desfocada.
11.4.06
Exposição de João dos Santos no Palácio Galveias em Lisboa, Portugal. John of the Saints expose in the Palace Galveys. I was not there!
João dos Santos inaugurou uma exposição de pinturas suas no Palácio Galveias durante esta semana. Deste evento publico duas imagens que me foram amávelmente cedidas pelo próprio. Tenho pena de lá não ter estado. John des Saints inaugurated one exposition of pintures sues in the Palace Galveys during this week. This event i publish two images which was nicely cedated by the propre. I have pity of not be there stated.
10.4.06
Okupa a parede! Squat da Wall!
Pronto para desengradar está este processo que carreguei para aqui desde Caldas da Rainha. A brincadeira arrastou-se quase um ano e mede 4.80 por 2 metros. Coisa pequena. Para além disso e apesar do choque físico provocado pelo tamanho o trabalho sofre de problemas relacionados com a extensão do tempo em que foi realizado. Mas nada de crise; já tenho planos para a segunda take. Um tríptico sob tema misto entre a história de suspense e drama industrial. A realização terá de ser mais rápida e planeada.
9.4.06
Fundos para Strauss (IV) Elektra 1906-1911
De 1906 data a primeira colaboração entre Strauss e Hofmannsthal. Hofmannsthal já tinha proposto a Strauss uma adaptação do Bourgeois Gentilhomme para uma ópera, proposta essa que Strauss recusou. Mais tarde o compositor teve a ocasião de assistir à adaptação do autor vienense da Electra e propôs-lhe a adaptação para uma ópera sobre o mesmo tema. Esta ópera, muito apreciada e defendida por Mahler, constituiu a expressão máxima do vanguardismo do compositor e constituiu um tremendo sucesso para além do choque musical. Embora a inquestionável obra-prima que é o Rosenkavalier seja hoje a ópera mais conhecida de Strauss, foi entendida por muitos como um recuo na violência expressionista demonstrada em Elektra. Escolhi colocar como fundo a máscara micénica conhecida como de Agaménon sobre o retrato de Hofmannsthal, Mahler e a figura de Electra.
7.4.06
Fundos para Strauss (III) Salomé (1896-1906)
Bom, bom. Esta é uma imagem atípica quelque chose primaveresca. Ficará desfocada sob as personagens e eventos relacionados com a vida de Strauss na fase em que foi o motor da vanguarda musical expressionista com duas obras fundamentais: o poema sinfónico Zaratustra e um verdadeiro frisson operático; Salomé (1906) sobre texto de Oscar Wilde. Strauss teve com esta última obra, grandes problemas com a censura e não apenas na Alemanha.
4.4.06
3.4.06
Fundos para Strauss (II) República de Weimar
É uma imagem clássica de temática musical da República de Weimar mas como é para um fundo desfocado nunca poderia ser muito complexa em termos semânticos. Richard Strauss é visto em geral como ultrapassado, no seu romantismo tardio, pelas vanguardas musicais nos anops 20. Assim por trás de figuras que evocam a Die Aegyptische Helena e Arabella (a última ópera em que teve a colaboração de Hofmannsthal, que morreu em 1929), estará esta coisa vermelha com uma espécie de Marlene evocando o cabaré e o jazz, retratos esquiçados de Kurt Weill, Paul Hindemith, Anton Webern e Alban Berg, representantes da vanguarda músical. Em baixo um camião transporta uma mistura de marinheiros de Kiel, soldados amotinados e cidadãos zangados com uma faixa a dizer: "Irmãos! não atirem!". Foi a revolução de 1918-19 e a breve república de sovietes que daria origem ao vertiginoso periodo da época que precedeu a ascenção de Hitler. This one sketchy painting is a background depicting some icons of the weimarer republik.
1.4.06
Fundos para Strauss (I) 1911-1919
Como fundo para a colocação das figuras da biografia de Strauss, estou a pintar cenários cujo destino é figurar de modo desfocado como pano de fundo para a linha de acontecimentos e produções operáticas na vida do compositor. Em 1911 estreou-se em Dresden com grande estrondo e sucesso o Der Rosenkavalier. Durante a guerra de 1914-18, Strauss e em contraste com Hofmannsthal que nada conseguia fazer devido à depressão, optou por refugiar-se num ideal clássico de beleza arcadiana compondo Ariadne e a Frau ohne Schatten (A Mulher sem Sombra).
No Somme e em Verdun massacravam-se nas trincheiras apesar da ópera, milhões de homens e os ideais românticos do mundo que até aí se conhecera. (uberzetzung) War was a mess but Strauss didn't care.
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