25.12.08
24.11.08
A Exposição em Novembro
25.10.08
Le Pillage des Cosaques
24.10.08
The Oktober Rush...
23.9.08
26.8.08
24.8.08
31.7.08
Óleo de Pancreas de Bacalhau
A Grande Farra
16.6.08
MUMTAZ, ultima semana.
8.6.08
Meaninglessness
João Pombeiro expõe na Galeria Paulo Amaro por estes dias. Publico o texto da exposição (a visitar).
O objecto da minha atenção terá sempre a ver com as origens e os mitos fundadores deste poder soberano. A crítica participa secretamente como cúmplice na construção do mito e deixa de ser actualidade para agir apenas como gesto esvaziado em simulação ou jogo. Neste tabuleiro onde João Pombeiro nos joga nunca é confessado inequivocamente um motivo para a mise-en-scène do crime de lesa-majestade à auto-produção da industria da arte que nos propõe. Talvez lhe subjaza uma verdadeira nostalgia tingida de idealismo na relação do estético com a vida, ou uma pulsão revolucionária frustrada na realpolitik (apenas levemente aparente em “Revolution Grant”) e talvez seja o jogo a que se entrega fruto da perda, o rosário de um melancólico.
Naturalmente a sinceridade, o objecto secreto da expressão “Real Deal” na única imagem da exposição é a primeira vítima mortal nesse mesmo jogo onde o primeiro passo é a constatação evidente da veracidade atribuída à declaração de que toda a arte é mercadoria. Esta imagem que nos lançou o enigma constitui-se como horizonte a partir do qual potencialmente podem libertar-se todas as farsas, labirintos, caprichos, ex-machina e os trompe l’oeil aplicados à vulgata literária da sociologia artística. O jogo atinge apenas a sua morte na regularidade visual da fonte tipográfica escolhida. Oculto o motivo, fica-nos a metodologia ou técnica e aí os recursos são amplos.
A crítica do “mundo da arte” ( "Artworld" ) reduzida a uma forma vazia e inefectiva joga-se entre a aparência de actualidade e o declaradamente fútil (How to Paint). A reforçar este jogo vem a própria inclusão ambivalente do “eu” ("Bored") nos enunciados; um “eu” que se percebe como biográfico e concreto justaposto a um “eu” como simples elemento de estrutura sintáctica. Na sequência desta estratégia de casa de espelhos (que fica bem aliás a um apaixonado por Hitchcock) e apesar da presença permanente nos trabalhos do “texto sobre arte e artistas”, todo o trabalho vai tendendo naturalmente para uma libertação em relação a este referencial aproximando-se então os seus objecto e método dos da poesia visual e concreta. No momento presente do qual a actual exposição é testemunho, as duas tendências contraditórias; por um lado a importância do referente crítico -entre a sinceridade e o slapstick verbal ("Big thing")- e do outro o jogo livre sobre linguagem (Allergy in the gallery), coexistem numa tensão permanente assumida pelo autor.
31.5.08
Outro Negro
30.5.08
29.5.08
Atelier em Finais de Maio
28.5.08
Épico Hípico
23.5.08
Novo evento no Oporto
Alexandre Estrela escreveu:
On Saturday the 24th of May, Oporto is once again delighted to present afilm:"SONIC OUTLAWS" by Craig Baldwin16mm transfer to DVD NTSC, 87min, 1995.
10.5.08
Para Quem Dizia que Deixei de Pintar
17.4.08
9.4.08
28.3.08
E não ganharam - Mais do mesmo
1.3.08
Oporto Apresenta: The Black Tower
Alexander Star wrote:
27.2.08
Isabel Carvalho
23.2.08
31-1-2 na Rua das Flores, 55.
12.2.08
Excesso Policial no Grémio Lisbonense
O grémio recebeu ontem (foi na sexta) uma ordem de despejo.
A partir de meio da tarde (cerca das 16h) começaram a juntar-se mais pessoas à porta. Passada uma hora eram cerca de 50 sócios e amigos e alguns jornalistas e fotógrafos (Lusa, jornal Público, Jornal de Notícias, etc). Às 19h eram mais de 100 pessoas de todas as idades.
Dois polícias à porta permanentemente. Os sócios eram impedidos de entrar, tirando alguns membros da direcção e aqueles que tinham de tirar de lá alguns objectos. Uma carrinha de mudanças foi sendo carregada com alguns haveres que não pertencem ao Grémio (instrumentos, coisas do bar, etc). No entanto todo o espólio do Grémio ficou lá. Uma cadeira de barbeiro saíu e houve assobios dos presentes. A cadeira não é propriedade da Associação, mas foi vista por alguns dos presentes como um símbolo deste despejo precipitado. Alguns dos proprietários estiveram no local. Cumpria-se a ordem do tribunal. Fez-se um inventário dos bens.
Cerca das 19h as pessoas que se juntaram para defender o espaço começaram a discutir o que fazer, a questionar a legalidade do despejo e a necessidade de o fazer, uma vez que estava já marcada uma reunião na Câmara Municipal de Lisboa para quarta-feira próxima, com a presença da direcção do Grémio e dos proprietários para negociar uma solução que permitisse a continuidade das actividades culturais da Associação, a preservação do edifício histórico. Houve várias ideias para não permitir o despejo, informar a comunicação social, fazer pressão para que o Grémio não fosse despejado. Fez-se uma assembleia improvisada no átrio da entrada, no rés do chão. Houve esclarecimentos de um membro da direcção que reafirmou a possibilidade de se encontrar uma solução. Um membro do gabinete da câmara do vereador José Sá Fernandes também falou da negociação de quarta-feira, explicando as diligências que podem ser feitas na Câmara.
A advogada do Grémio esteve presente no local, falou muito brevemente da possibilidade de uma negociação e anunciou uma conferência de imprensa pelas 19h30 no seu escritório, longe dali.
Os presentes não saíram do local. Continuaram a discutir. Alguns sócios queriam entrar no Grémio. Discutiu-se a possibilidade de reunir lá dentro e decidir com calma o que fazer. Numa segunda assembleia improvisada, de novo no átrio de entrada, enquanto se preparavam acções de sensibilização e protesto até à quarta-feira seguinte, levantaram-se várias vozes que defenderam que se subisse ao primeiro andar. Muitos subiram. Um polícia pergunta "o que é que fazem aqui?" e começa a empurrar e agredir os primeiros a subir a escada. As pessoas não desmobilizam. Protestam contra a violência despropositada da polícia.
Cinco polícias estão lá em cima. Cassetetes na mão. Os ânimos aquecem. Algumas pessoas apelam à calma. Um membro da direcção apela à calma e volta a reafirmar a possibilidade de se suspender o despejo e arranjar uma solução para o Grémio continuar vivo, que passasse simplesmente por uma actualização da renda. Algumas pessoas pedem identificação da polícia por lhes terem batido.
Grita-se: " O Grémio é nosso!", "Lisboa a quem a vive" e palavras contra a repressão policial. Chegam reforços policiais (mais um dez polícias) que tentam abrir caminho à força pelas escadas para chegar ao primeiro andar. Todos as pessoas se sentam no chão, dificultando a passagem da polícia. A polícia não está com meias medidas, começa a bater indiscriminadamente em todos, criando o caos. Várias pessoas magoadas e esmagadas. Fotógrafos e jornalistas agredidos. Ouvem-se gritos. As pessoas protegem-se, defendem-se como podem. A polícia bate com cassetetes, empurra e pontapeia. Varre à pancada a escada. As pessoas saem do edifício para a rua. Há cabeças partidas (Têtes Cassé), e muitos queixam-se de terem sido agredidos. Pelo menos um jornalista e um dos que estavam na escada pacificamente ficam no átrio de entrada (rés-do chão).
Depois de alguns diálogos infrutíferos entre a polícia e as pessoas que ali se encontravam, os polícias fazem um cordão cá em baixo, já na rua e começam a dizer às pessoas para circular. Várias viaturas da polícia estão estacionadas no Rossio, junto ao Grémio. As pessoas protestam contra a violência policial. Concentram-se ainda durante algum tempo à frente do Arco do Bandeira (o arco debaixo do Grémio).
(a parte seguinte não testemunhei, óbviamente, porque é sempre feita à surra)
... e depois:
As imagens da TVnet mostram imobilizado no chão um rapaz. Este rapaz, que nunca agrediu nenhum polícia e apelou repetidamente à calma, foi detido e levado para a esquadra.
Na esquadra foi fechado numa sala, foi espancado violentamente (com socos, com uma cadeira, etc), foi ameaçado e torturado durante horas por um dos polícias que estava na operação, um polícia da esquadra da Estefânia de uma posição hierárquica superior. O rapaz violentado pôde telefonar a chamar advogados e amigos que, depois de finalmente sair da esquadra (cerca das 3 da manhã, seis horas depois de ser levado para a ), o levaram ao hospital. Tem várias lesões no corpo e na cabeça.
Conclusão. Umas bestinhas muito grandes mas que dão uns belos modelos para uns trabalhos que estou aqui a pensar. Esta quarta manifestem-se para variar a rotina, á frente da Câmara contra o estado da República e pela preservação do Grémio.