31.1.07
Trabalho Novo (Etant Donné)
Acabei este há uns dias. Poderia interpretar-se como uma espécide de ládo de lá da fissura do Etant Donné do nosso amiginho Duchamp. Talvez...
mas qualquer interpreta(ss)äo peremptória sobre o texto oculto de um quadro destes é votada ao fracasso e que seja assim sempre. A fotografia está francamente mal tirada e essa é uma boa razäo para me rojar aos vossos pés e perdir pedäo.
Passear em Hönow
O Daniel Barroca esteve cá e como era a primeira vez, resolvemos mostrar-lhe a Alemanha profunda. Muito devagar devido às derrapagens, fomos a Hönow no meio de um neväo, o primeiro mais a sério deste ano. Hönow, a caminho de Frankfurt am Oder é um suburbio de Berlim, ou melhor, uma cidade satélite socialista que daria muito que fazer as atletas da fotografia artistica nacional. É bem exótico com blocos habitacionais cinzentos todos organizadinhos e aquartelados. A primeira vez que o visitei foi em Novembro do ano passado. Com chuva é que a coisa rende. Naturalmente, após a Wende uma boa parte das caixas de fósforos deixaram de ser habitadas o que aumenta hoje o aspecto desolado da paisagem. Mas a MacDodalds já lá está.
Comme Il Faut
26.1.07
21.1.07
Hamburguer(5) Dan Graham
(Body press?) outro clássico. Só gosto de clássicos. As máquinas ulilizadas säo Beaulieus (e o filme é de 16mm). É só isto que me ocorre dizer. O rapaz e a amiga juntaram-se dentro de um tubo metalico reflector e com muito pouco espa(ss)o rodam sobre si mesmos e filmam-se trocando simultaneamente de camaras. As projec(ss)öes säo colocadas face a face.
17.1.07
Hamburguer(4) Marcel Broodthaers
Mais uma vez e da primeira foi em Valência. É a segunda vez que vi este (muito) pequeno filme de Broodthaers. Um segundo de eternidade. Passo a explicar: durante um segundo as iniciais MB sao desenhadas e o filme recomeça. A eternidade refere-se decerto á vida eternal de Broodthaers no panteäo conceptalista (só pode). Comparado com este filme "A Viagem pelo Mar do Norte" é um verdadeiro épico hollywoodesco. Sao filmagens feitas sobre um livro cujas imagens se sucedem marcadas pelo numerar de páginas intercalados. Marcel Broodthaers possui, na minha opiniao, o mais consistente de todos os projectos conceptuais, na abordagem sobre os pontos críticos da "máquina" do espectáculo, seja no cinema, seja no instituir museológico e artístico.
14.1.07
Atelier cerca de 15 dias depois
Como o deixei antes de me deslocar numa visita de médico a Portugal. A senhora rodeada de amáveis bicharocos foi iniciada em Hildesheim tal como o grande. Deveräo estar pronto com mais três que näo se podem ver daqui em inícios de Fevereiro. A partir daí é tudo novo. (pior do que um teclado alemäo para escrever em portugues, só mesmo o teclado de um i-book alemäo!)
Bordallo Zwei
11.1.07
Hamburguer(2) Peter Campus
Uma câmara ligada a um projector que projecta em tempo real sobre um ecrã de vidro com reflexão e etc. A coisa toda resulta em sobreposição de imagens do self ou dos outros se observarmos todo o complexo de longe. Um clássico de engenharia visual e interactiva de Peter Campus. Entretanto redescobri as cedilhas simplesmente porque estou num aparelhómetro com teclado nacional. Por falar em nacional... Será que um grupo normal de cidadãos poderia processar o próprio governo por permitir os vôos da CIA? A coisa é contra a constituição não é?
10.1.07
Blog Porreiro
É o Lucky Sun of the Beach (http://lucky-son-of-a-gun.blogspot.com/) desculpem, Sun of the Gum. O blog da Sara Santos (ai!) só fala americano mas tem desenhos supimpas e a grande vantagem de ser mais divertido do que uma exposi(ss)äo do insofismável Torres.
9.1.07
6.1.07
Hamburguer (1) Do Tamanho das Coisas
Uma das coisas irritantes na "fábrica" de arte contemporänea é a relacao dinämica e exponencial entre os crescentes espacos existentes nos seus museus e o gigantismo das produ(ss)öes de alguns autores. Sinto que em alguns casos o agigantamento das producöes em nada melhora a qualidade da experiencia na recep(ss)äo das mesmas. Ao visitar a exposi(ss)äo permanente depois de passar pela sec(ss)äo consagrada ao Rauschenberg entrei numa sala Cy Twombly. Ao fundo, como no altar de uma capela, um monumental trabalho recente, um tríptico da mesma brancura irritante das paredes, com a mesma rarefac(ss)äo expressiva (isto podia seruma vantagem qualitativa mas näo é) que se encontra em trabalhos tardios do Tapiés ou do Baselitz e que acaba mesmo por refor(ss)ar as rugas originadas da dificuldade de esticar de uma tela täo grande. A qualidade pictórica está patente, pelo contrário em Twombly, nos relativamente "pequenos" (2 metros e tal) trabalhos logo ali ao lado, nas "capelas laterais" e que datam dos anos 60.
Mais à frente numa sala ainda mais assemelhada ao interior de uma igreja deparamo-nos com um monumental retrato de Mao (7 metros de altura?) do nao menos icónico Warhol. A questao do tamanho joga, desta vez, em favor deste trabalho. A dimensäo historica e a performatividade política da imagem do líder chines, fazem com que a representacäo de Warhol fa(ss)a sobretudo efeito em dimensöes épicas. Esta lengalenga toda, no fundo, serviu apenas para pontuar a minha aten(ss)äo sobre as qualidades sensíveis da escala de um acto poético, reflexäo posta em movimento quase sempre que visito os grandes armazens europeus da arte europeia. Quäo grande é o teu Serra, o teu Long ou o teu Kiefer e digo-te quanto vales.
Felix Gonzalez Torres
Enquanto näo tenho trabalhos novos para mostrar, vou enchendo este espa(ss)o de impressöes tomadas nas rondas pela cidade. Hoje fui à Hamburger Bahnhof, que à semelhan(ss)a da esta(ss)äo ferroviária de Orsay, foi requalificada em museu, neste caso de Arte contemporänea. Resumindo, para näo me alongar sobre questöes de arquitectura. O Felix é um chatarräo. Percebe-se bem pelas imagens a existencia do termo "slick art". O espa(ss)o é branco, branco, branquíssimo e extenso, extenso como se quer numa galeria de arte contemporänea, e de 10 em 10 metros uma gra(ss)ola, um jogo de palavras inconsequente que me deixa completamente frio. Emociona-me mais a garagem subterränea do colombo do que isto. Gostei de um trabalho. Da suposta "carta de amor" enviada da "frente de batalha" que se pode tentar ler na última imagem. Será por causa da cor? Do aspecto "low tec"? Talvez tenha sido o único momento onde na exposi(ss)äo senti uma cintila(ss)äo extraordinária de espírito.
5.1.07
Circo Roncalli
Uma amiga da Xana Ferreira e da Bettina Wind arranjou bilhetes de borla para uma sessäo da temporada de inverno do circo Roncalli que supostamente é tradicional mas sem bichos. O apresentador também näo dizia "meninos e meninas" nem apresentava "os extraordinários comedores de leöes pernetas", nem outros mimos de mesmo género. Gostei particularmente do macho-man o homem músculo, uma espécie de Conan gótico, dos friques do espac(ss)o (teclado sem cedilha), dos ucranianos voadores, dos polacos saltitöes e da contorcionista tailandesa que se fazia passar por uma árvore de natal. O cómico norte-americano e interactivo também nao estava mal. No fim, invariavelmente os horrendos palha(ss)os tocavam um sininhos e uma gaita (clarinete?) e nevava mais do que na vida real por estes dias.
4.1.07
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