31.1.06

Matthias Weischer - Museum der Bildenden Kunste, Leipzig 2006

Mais um dos pintores da escola de Leipzig. Matthias Weischer é representado pela galeria berlinense Eigen+Art. Nesta exposição no museu de Leipzig, apresentaram-se óleos todos de 2004 e 2005, na sua grande maioria de pequenas dimensões. O trabalho consiste em espaços habitacionais, quartos, salas de estar, etc, transferidos de fontes fotográfica por rede quadriculada, da qual se deixam vestigios, como estruturas onde se colocam vestígios de figuras. Estas figuras, na maior parte das vezes, sentem-se mais por uma presença dada pela ausência, pela falta. Os próprios títulos reforçam isto. O espaço é povoado de modo mais concreto por objectos utilitários, design ex-DDR, televisões, moveis, colocados de modo a provocar um sentimento de estranheza. A pintura chega a atingir momentos de grande virtuosismo técnico, reclamando-se, tal como muita pintura contemporânea, da herança de Vermeer. Matthias Weischer expõe também as diferenças matéricas por justaposição ou acomulação de processos pictóricos. Incomoda-me um pouco a previsibilidade no processo exibido, forçado na sua denotação. Weischer recupera todos os sinais característicos da sua escola, a indiferença de captação, de tudo ver e nada compreender (Richter), a capitalização dos afectos de uma obsolescência de objectos recuperados pela nostalgia do passado de uma certa Alemanha desaparecida. Pintura alemã contida, ao gosto português, desconfiado da expressão. Intimidade burguesa serve-se.

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